Lei de Direitos Autorais (Direitos de Autor e Direitos Conexos)

Essas obras literárias são protegidas pela lei número 9.610 de 19 de Fevereiro de 1998.http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/lei%209.610-1998?OpenDocument

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Arpoador


Arpoador
Heleno de Paula


Incansável é admirar-te Arpoador,
Benditas são as águas claras que te banham,
Bendito o sol e a lua que sempre te acompanham,
Bendito é o sorriso do solitário pescador.

O horizonte visto de tuas pedras é incomum.
Tua brisa a quem refresca, sensibiliza.
Teu show à parte é o pôr-do-sol que hipnotiza,
E a lua cheia desperta amores, um a um.

Perco-me no tempo à beira-mar,
O pensamento mergulha junto às ondas,
E os versos voam como grãos de areia.

O vento é poesia a se declamar.
No meu silêncio respiro, ouço as conchas,
Entrego-me ao teu encanto de sereia.

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Diz o que fazer?

Diz o que fazer?
Heleno de Paula



Vai...
Diz o que fazer?
É... Você mesma!
Diz o que fazer pra te esquecer?
Você que hoje é sinônimo de saudade,
Ou também chamado amor de verdade.
Vai...
Diz o que fazer pra te esquecer?
Custe o que custar,
Doa o que doer,
Não hesite em me dizer.
Diz o que fazer pra te esquecer?
O que devo fazer se ao cerrar meus olhos ainda a vejo?
E se adormeço... 
Em sonhos te sinto e desejo.
O sol me desperta, mas não sabe mais o que fazer.
Amanheço, mas não faço acontecer.
A brisa que me beija, tem até teu toque de querer,
Mas infelizmente não é você e nada poderá me dizer.
Vai...
Então me diz de uma vez...
O que devo fazer pra te esquecer?
O que devo fazer se até as flores anseiam o perfume que advêm de você?
Um olor envolvente, provocante de pura sensualidade,
Essência que só há em você.
Uma mistura de lichias vermelhas,
Marmelos dourados,
Kiwis exóticos com um toque caramelado,
A delicadeza das orquídeas e dos jasmins,
O doce chocolate branco,
A magia do almíscar,
A perene raiz de íris,
Por fim, a sutileza amadeirada do prazer.
Vai...
Diz o que fazer pra te esquecer?
O que posso fazer se o passado agora é chamado lembrança?
Os bens conquistados me trouxeram bonança,
Mas os planos não foram realizados, já não são esperanças,
E de volta ao futuro já não tenho você.
Creio que assim ficou mais fácil compreender,
O porquê de não conseguir te esquecer!
Porque o amor ainda vive em mim,
E o meu pensamento ainda vive você.
E ainda assim eu pergunto a você:
Vai...
Diz...
O que devo fazer pra te esquecer?








segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Sem viés


Sem viés
Heleno de Paula



Mal e entediado,
Tenho acordado cansado dos sonhos sonhados,
Das coisas reais,
Das esperanças carnais.
A mente pesada já pensou bem mais.
Está depressiva, escura.
Breu no quarto, no pensamento e na alma.
Frio, calafrios e uísque sem gelo.
Acendo um cigarro que entorpece minha demência passional.
Sentado à janela no meu calabouço quarto,
Relaxo na típica pose de loucura.
Estufo o peito, respiro fundo,
Esboço uma possível tentativa de erguer-me,
O corpo me trai, tombo e resmungo.
Ouviu o galo cantar pela terceira vez Pai?
Lágrimas, há culpa e devaneios.
A solidão desconhecida excitou-me a provar o fel
Fraco, opaco na vida esmoreci no meu leito,
Entre penas, tintas e papéis.
Vis ferramentas,
Transmutaram minha trajetória em meras poesias incompreendidas,
Versos de atitudes sem viés.

segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Anjo caído


Anjo caído
Heleno de Paula


Deleita- se entre as pétalas da promiscuidade
Do teu corpo é exsudado o bálsamo do prazer
Tua essência é chamada de luxúria
Passando em mãos, tem malícia sem incúria,
Tua nudez é o frasco ímpar do querer
Excita homens e mulheres por ensejo,
A natureza que fecunda teus desejos
É só carnal, sem sentimento, sem sofrer.
Teu aroma é volátil em cada cama
Íncubo ou súcubo, não importa como se chama,
O teu nome é indiferente de saber.
Anjo caído, por pecados e infâmias,
Manchou minh’alma de libido ao me ter.
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