Singular
Heleno de Paula
Salvo o verso,
mas por favor,
salve a tua palavra
O verso eu ressignifico
A tua palavra, ah, a tua palavra!
Ela cura, ela é singular
Ela carrega consigo a tua essência
Como quem traz na sonoridade uma magia
Reverbera na alma
O amor declamado por tua boca,
em tempo algum será incompreendido
O amor presente em versos,
apesar de pemear o mundo, tem o toque
estéril
Salve a tua palavra!
Boca santa!
Palavra dita!
Os versos, ah, os versos!
Jamais saberão o que dizem,
se no porvir não desnudarem o corpo sobre o teu
Por ora, sem a tua presença,
moro no silêncio,
ávido por tua palavra sussurrada,
regente das inspirações nos sonhos meus.