Lei de Direitos Autorais (Direitos de Autor e Direitos Conexos)

Essas obras literárias são protegidas pela lei número 9.610 de 19 de Fevereiro de 1998.http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/lei%209.610-1998?OpenDocument

quinta-feira, 25 de outubro de 2018

Um olhar

Um olhar
Heleno de Paula

No teu olhar, me fiz mirada
Paixão fulgurada
Razão revirada
Morada encontrei

Por esse olhar de jeito travesso,
Transgrido, enlouqueço...
Ao léu, peito, apreço...
Meus braços, outro alguém

E o ébrio poeta errante
Em terras distantes,
Num peito vagueia

Hesita por vezes, destino à sorte
Argúcia ferida
A vida o golpeia.

terça-feira, 9 de outubro de 2018

Ontem

Ontem
Heleno de Paula


A ideia do hoje me amanhecer poeta,
pouco importa
Bonito foi o ontem,
quando em meus braços tive o céu,
tangível enquanto teu corpo
As pintas sobrepujadas como estrelas,
Imensurável prazer, infindo
Hoje a realidade se denota
O firmamento continua longínquo...
Ausência, solidão...
E a poesia se extinguindo.

Em tempo


Em tempo
Heleno de Paula


Taciturno tempo que não te tenho.
Sem teu sorriso, sem sonhos irisados,
Sem a urgência que só a nós pertence
Tudo é meia-nau, trivial...
Revel ao momento, aqui distante,
sigo descontente
E que se acuse o acaso pela cumplicidade no crime passional.
Insensatez verter nossos olhares serodiamente
E se os corações já não estão incólumes,
que o destino nos seja indulgente.

terça-feira, 2 de outubro de 2018

Ah, se tu soubesses!

Ah, se tu soubesses!
Heleno de Paula


Só queria que tu soubesses
Que tudo escrevo tem teu dedo
Tem teus afagos
Tem nossos segredos,
pouco a pouco revelados

No pensamento tua voz ecoa,
Como se estivéssemos lado a lado
Ah, se tu soubesses!
Que tudo que escrevo tem teu dedo
Tem teu cheiro,
Tem meu peito despedaçado

Ah, mas se eu soubesse...
Que Deus mudasse o meu passado!

segunda-feira, 24 de setembro de 2018

Bardo navegante

Bardo navegante

Heleno de Paula


Na ânsia de escrever, e deleitar em versos o hodierno horizonte que os teus olhos em tempo percorre, peca o marujo-poeta. Perde-se entre o porto que te acerca, como a realidade aos teus pés feito cordoalha, e o mar bravio sedento de audazes que sob a voz da ambição o navega. Fraqueja o bardo navegante, hesita acompanhar a revoada sobre o espelho d'água. Temeroso, ancora a alma, à deriva deixa o corpo e a poesia queda embargada.
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...