Oxum
Heleno de Paula
Pouso meu pensamento na
serenidade dos teus olhos,
Que por ora conduzem-me em
segurança, sem hesitar, por entre as brumas da insensatez.
Incólume, adormeço em teus
braços.
Teus doces afagos dissipam
resquícios dos desvarios.
Descanso profundo, como se
a minha alma voltasse ao teu ventre.
Uma viagem sem medo, sem
anseios do porvir. Apenas regresso.
O tempo acalanta o meu
sono, de volta a morada que concebeu a vida, rezo.
Reencontro a mesma luz que
irradia tua fronte, o elo que nos funde em um só sentimento.
Curo o meu peito ao
banhar-me em tuas águas.
Renasço do sulco da
pedreira que te concerne.
Vivo e faço reverência a
tua amabilidade.
Ora yê yê ô mamãe Oxum!
Ora yê yê ô!