Tempos
Heleno de Paula
A cada tempo choramos,
entristecemos, temos medo...
Vivemos angústias.
Chove dentro do nosso
peito,
A esperança da alma vaga
sob um céu cinzento.
Os sonhos tornam-se longas
noites de inverno.
Assim a centelha divina
nos ensina algumas lições de tempo,
O tempo da cura, das
reflexões e dos atos.
Porque a contínua vivência
irradiada por bons tempos,
Nos cega, assola nossas
virtudes.
Pouco a pouco esquecemos o
real sentido de estar aqui,
Mas no sofrer se incide a fé.
A fé que dispersa a
nebulosidade, desanuvia o pensamento.
Novamente nos é permitido
contemplar a paz das alvoradas.
Sim, é preciso se reconhecer,
aclarar de dentro pra fora.
Não é só questão de tempo.
Não é só questão de tempo.
É necessário fazer por
merecer, em tempo...
Esse é o momento, faça-o
agora.