Fruto devasso
Heleno de Paula
Deite-se sobre o solo
libidinoso
Meu corpo é o chão que te
espera
Viril campo de plantio
pecaminoso
Rego a ti com gozo semente
púbere,
Sou relva excitante na
primavera.
Deixe-me tocar seus
anseios
Desvendar os desejos
Esburgar-te mulher
impudente,
Satisfazer a sede do teu
colo com meus lábios
Sentir a pura sensualidade
de sabor indecente.
Fruto devasso amadurecido
Encarnado promíscuo, cor
que alucina os olhos de prazer,
Não contidos, deliramos
ensandecidos,
Escorre o mel da volúpia,
Espalha-se a seiva-sêmen
do querer.