Lei de Direitos Autorais (Direitos de Autor e Direitos Conexos)

Essas obras literárias são protegidas pela lei número 9.610 de 19 de Fevereiro de 1998.http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/lei%209.610-1998?OpenDocument

quinta-feira, 23 de junho de 2016

Cotidianamente, algumas pessoas deveriam interpretar as palavras de Alexandre Dumas em Os três Mosqueteiros: "- Um por todos, e todos por um!". Soaria mais cristão do que: "- Isso é a verdade, assim está escrito!". Não haveria blasfêmia. As bocas falam o que lhes convêm, daí a falta de mérito por não mostrar as impurezas do coração. 


Heleno de Paula

                                      
Revisitem o passado, mas não se prendam a ele. Lembranças não fazem bem, quando os tornam exilados do presente. 

Heleno de Paula


Que Mauá?

Que Mauá?
Heleno de Paula




Por vezes a intuição não me favorece.
Ponho-me a pensar que eu esteja envelhecendo.
Ando meio cansado, esquecendo das coisas, dos significados e sinônimos de certas palavras, que por ora não me lembro, mas sei que este fato ocorreu nos últimos dias.
Daí, apresso-me a recolher minha memória, aguçar as lembranças...
Faço meus neurônios chacoalharem feito os jamelões que eu catava do pé de um vizinho em Mauá.
Saciavam-me a fome de menino.
Adoçavam-me a boca e a vida.
Manchavam-me as pontas dos dedos e a língua.
Até hoje, descortinando o pensamento, é possível enxergar o colorido passado.
Talvez eu esteja sendo um pouco rabugento comigo mesmo.
Talvez valham-me mais os frutos das recordações que acompanharam-se de cores, sabores e cheiros, do que a ideia de que palavras possam vir a mostrar um intelecto que não faz parte do real cotidiano que preenche meus anos de existência, cá sobre esse mundão de Deus.


Notas de um futuro que ainda não vi

Notas de um futuro que ainda não vi
Heleno de Paula


Tudo que conquistei, me foi concedido por mérito.
Ao longo dos anos mais ganhei do que perdi, confesso que tive vantagem, pois fiz do fim de cada dia uma medalha, justa premiação por concluir uma jornada de árduo trabalho e convivência com os meus semelhantes (cada qual com suas particularidades), é verdade! Mas a totalidade da vivência, sempre foi positiva, graças a fé que me tomou pelas mãos e me guiou por esse mundo afora. 
Conheci o que era virtude através dos olhos-espelhos dos que sorriam ao me ver. 
Reinventei meu jeito de ser por diversas vezes, sem jamais ser volátil.
Vi amarguras, vivi desventuras, sonhei ilusões... 
Seria inimaginável ter convivido alheio aos anseios dos próximos. Ah! Como Deus foi complacente comigo, eu que tive um passado imaturo, prostrei diante desse futuro, como se carregasse a rotina feito uma lápide que adornaria minha própria cova, estou aqui. Estou no lucro, pronto para mais uma poesia que meu destino devaneia.


Azul

Azul
Heleno de Paula




Aprumado meu corpo na tua rede
Minha vivacidade se embala, descansa.
Os olhos extinguem o entorno verde
Fustigados pelo vento, que consigo traz lembranças
Azul imensidão,
Pai no pensamento.
Infinito azul, azul vazio, desatino!
Em vão, busco o contínuo alento
A dor é revoada em delta que cinge o céu
Volta e meia, revisita minha morada
E o pior, não tão previsível quanto o tempo de emigrada

Vou no rumo que Deus traçou
Que tua alma me acompanhe, nos voos de saudade, que a tua passagem me deixou.

domingo, 29 de maio de 2016

Deixo a ti

Deixo a ti
Heleno de Paula




Tuas lágrimas me inspiram,
Como um canto em triste tom.
Cada alma tem seu dom
Deixo a ti minha gratidão ante teu coração
Vi teu manto cobrir meu chão
Ouvi meu nome em tua oração
Mas há dias em que o frio vem me visitar
O medo faz morada em meu olhar
Solidão no Crepúsculo
Vermelho luar
E a eternidade a me chamar...
E eu, e eu, e eu, e eu...
Ah, vida!
Posto a me entregar
É justo assim findar?
Vazio o peito, chama prestes a se apagar
E eu, e eu, e eu, e eu...
Destino?
Os olhos por fechar
E eu, e eu, e eu, e eu...
Isso é tudo?
É o ciclo?
É renovar?
Ah, vermelho luar!
Os anjos já me anunciam
O corpo renuncia
A Alma aprazia
E Deus, e Deus, e Deus, e Deus...
É Deus?
E eu, e eu, e eu, e eu...
Só me resta te deixar...
Adeus, adeus, adeus, adeus...
Adeus.


sexta-feira, 11 de março de 2016

Ao menos uma vez

Ao menos uma vez
Heleno de Paula




Quem me dera saltar dentre estas páginas, sob o teu olhar de amor furtivo,
Entrelinhas, ser o anseio que tua libido implora.
Despudorava-te o pensamento
Tornava-te um ser mais instintivo
Avassalaria tuas ideias, como a verve volúvel de um poeta qual a paixão devora.

Quem me dera desmistificar-te sem receios
Palavras que sussurram, tuas mãos tateiam
Ser as carícias confidentes entre versos e outros meios madrugada afora.

Ah, quem me dera te sentir, assim como me sentes!
Ler-te e reler-te incansavelmente
Desnudar-te em poesia

Quem me dera tracejar teu corpo
Preencher-te de vida reticente
Ao menos uma vez o destino poderia findar-me.
Quem me dera!
Quem me dera...
Assim de ti me vingaria.


sábado, 27 de fevereiro de 2016

Fato

Fato
Heleno de Paula





Ao que indaga sobre meus anseios e amores,
Sem rumores e pudores eu lhe falo
Tudo me importa, em tudo há vida...
Sons, tatos, cheiros, lembranças e sabores
Até mesmo uma folha branca pra mim significa,
É o pensar, é o novo, é o início do meu trabalho.
A tua curiosidade sobre mim, me dignifica.
Contemplo até mesmo limpar a bunda com papel sanitário.
Esta última referência, não pense ser chula ou a estes versos descabida.
É para lembrar-te que não há fama, dinheiro ou afins banais
Nada suplanta a vivência intrínseca
Perecemos sob solo fétido,
Fato.

Somos todos iguais.

quarta-feira, 20 de janeiro de 2016

No way

No way - Minha viagem nas águas de Leminski
Heleno de Paula




Noé,
Não é nóia não, no way!
É papo reto meu rei.
Rasgado o bote inflável,
Clamam ao infalível, os ditos puros.
No mar de gente, um impávido?
Não salva os sonhos em apuros.

Na crista da onda, insanos,
Articulando seus planos
Bote infalível da serpente
Envenenando...
Causando toda moléstia.
Carregando...
Nossa cruz o Cristo sente.

Estamos à deriva!
A história é repetitiva.
É traição expressiva.
Já não é só Eva e Adão,
Pecamos em multidão.
Maçã em massa,
Boom!
É atração explosiva.

Pensaram que haveria saída?
Dessa vez não, no way out!
Game over
Finish
Goodbye my friend

Não haverá mais partida.

segunda-feira, 1 de junho de 2015

Ao Pai

Ao Pai
Heleno de Paula




Submeti meus sentimentos ao clausuro,
Herdei palavras, inspiração.
Pensei num tempo longínquo, venturo.
Sob um olhar auspício, a proteção.

Ah, novos ares de esperança!
Que não me falte fé a cada aurora
Indulgente seja essa andança!
Apascentado o sono, o porvir se revigora.

Erguerei do silêncio, do peito mudo.
Não haverá vazio, nem solidão.
Saudade é vento que sopra o mundo,
Nasce dos que habitam na redenção.

Ó, almas benevolentes!
Livrai-me do mal que a cada passo se salienta.
Roguei a Deus Onipresente!
Resguardai-me ó Pai desta recôndita contenda.  




terça-feira, 19 de maio de 2015

Cotidiano passional

Cotidiano passional
Heleno de Paula




Entre nossos corpos,
Fincamos uma estaca intitulada distância
Entre nossas bocas,
Um solo escarrado com palavras de intolerância

Entre o certo e o errado, entre o bem e o mal...
A razão a quem convém,
O entendimento muito aquém,
Cotidiano passional

Ah, quanto tempo!
Ah, quanta ânsia!
Sentimento febril,
Vida sem pujança

Desvarios. Nunca nós. Só vazio, sem ressalvas.
Quiçá se salvem nossas almas!


quarta-feira, 8 de abril de 2015

Coração de Maria



Coração de Maria

Heleno de Paula




Enxuga as tuas lágrimas, o sofrimento não necessita ser velado.
Abranda os teus pensamentos com o sorriso da alma de uma criança, pois as flores em vida só precisam de água, luz e amor.
Entenda que no jardim que hoje habito, a água é o fluido que energiza nossa forma natural e perene. A luz é a prece que se tornou minha companheira assídua.
Através da oração nos pomos em vigília constante, pois os assombros não descansam.
Em teus sonhos, às vezes, me faço presente. Não te assustes, a saudade também nos é vivenciada.
Repare que em cada ato de amor que realizares, estarás mais feliz e eu mais perto de ti. Quando há dúvida e as atitudes são negligenciadas, os maus pensamentos te cercam e afligem o teu peito.
Reconhecerás os meus sinais, que serão incansáveis em teu auxílio.
Não recue diante dos percalços. Se tu caíres, eu e meus irmãos em Deus te reergueremos.
Mais vale os pés feridos por uma longa jornada, do que a alma arrebatada por um curto voo.
“Olhai, orai e vigiai, porque não sabeis quando chegará o tempo”.

quinta-feira, 26 de março de 2015

Señales

Señales
Heleno de Paula



No conozco tus deseos
Querría en ellos hacer morada
En tus ojos yo buceo
Y alrededor no veo nada

Poco a poco el sentimiento
Toma el cuerpo y el alma
Corazón flechado siendo
El frío coge en mi espalda

Señal de amor              
En tus brazos descanso, la paz llegó 
Señal de gracias                
Semillas de bien fue lo que plantó
           
La suerte hoy...              
Me besa y abraza.          
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...