Lei de Direitos Autorais (Direitos de Autor e Direitos Conexos)

Essas obras literárias são protegidas pela lei número 9.610 de 19 de Fevereiro de 1998.http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/lei%209.610-1998?OpenDocument

terça-feira, 2 de outubro de 2018

Ah, se tu soubesses!

Ah, se tu soubesses!
Heleno de Paula


Só queria que tu soubesses
Que tudo escrevo tem teu dedo
Tem teus afagos
Tem nossos segredos,
pouco a pouco revelados

No pensamento tua voz ecoa,
Como se estivéssemos lado a lado
Ah, se tu soubesses!
Que tudo que escrevo tem teu dedo
Tem teu cheiro,
Tem meu peito despedaçado

Ah, mas se eu soubesse...
Que Deus mudasse o meu passado!

segunda-feira, 24 de setembro de 2018

Bardo navegante

Bardo navegante

Heleno de Paula


Na ânsia de escrever, e deleitar em versos o hodierno horizonte que os teus olhos em tempo percorre, peca o marujo-poeta. Perde-se entre o porto que te acerca, como a realidade aos teus pés feito cordoalha, e o mar bravio sedento de audazes que sob a voz da ambição o navega. Fraqueja o bardo navegante, hesita acompanhar a revoada sobre o espelho d'água. Temeroso, ancora a alma, à deriva deixa o corpo e a poesia queda embargada.

segunda-feira, 7 de agosto de 2017

Fez-se a luz

Fez-se a luz
Heleno de Paula










Cuide da terra
Regue as flores
Abrace e beije os bichos, entre outros amores.
Compartilhe teus escritos
Ouça os discos
Relembre a canção preferida
A emoção que permeia, encandeia a vida
Descubra outras línguas, ensine...
Inunde com o teu sorriso, tantas outras bocas
Faça de cada segundo um momento sublime,
Pois há sempre alguém que te louva
E de verso em verso
Regozijo esta poesia, com as lembranças que trago de ti, encaracolados cabelos, amiga minha.
Palavras que anseiam o gozo
Desfrutar o mundo
Errar, acertar, tentar e tentar...
Recomeçar de novo
Conhecer a si, talvez até se perder
Mas enfim, permitir-se, ser.
Reverso do entrave nos olhos dos outros
Faça-se a luz da tua amizade
Em nossos destinos, um horizonte pomposo.

sexta-feira, 12 de maio de 2017

Meu grito

Meu grito
Heleno de Paula




Mãos trêmulas, a caneta em disparate, não consegue permear o papel com a sua cotidiana poesia.
As retinas em alarde, surtaram, acabaram de testemunhar, alvejaram mais pobre, negro, arrebatado pela violência do dia a dia.
O pensamento consternado, pasma-se.
Mais uma bala amarga a doce vida de uma criança nesta cidade.
A mãe, como se vendo a alma do filho saltar-lhe o frágil corpo que ao curto prazo, apenas oito anos o guardava, não ora, sem blasfemar, a Deus brava, o porquê de ter que velar a quem mais amava.
Transeuntes alheios ao sofrimento na companhia de autoridades que refutavam o acontecimento.
Gritos por justiça...
Punhos cerrados...
Sonhos cerceados...
Sensação de impunidade.
Mais gritos ecoam, faz-se um motim.
Inflam-se os pulmões, ressoam cívicos...
Covardes!
Em mim, o medo, a lágrima, a revolta...
O Estado a bancarrota.
Na mãe, nada suplanta a dor, só há saudade.

sexta-feira, 13 de janeiro de 2017

Um dia explico

Um dia explico
Heleno de Paula




Não queira chorar o meu choro,
Tampouco sofrer minhas dores.
Nem mesmo a saudade que eu sinto,
Compare aos lamentos tão seus.

Deus, me deu uma vida a levar...
Cuidou de tudo, soube bem
Um dia explico.

Deus,
Doou-me a ti, oh, minha mãe
Quis me rever, não penses mal
É só o ciclo

Pai, e se o pranto causar a revolta,
Blasfemarem em vão?
Se carecem de paz na alma...
Faz a redenção!
O amor prevalece, acalanta...
Dá voz a cada coração!

Pai, e se o tom entristece...
E agora, o que conforta?
Não temer jamais?!?
É certeza que a fé suplanta...
O que aprendi de Vós?!?
A esperança é chama perene!
Oremos nós.


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