Lei de Direitos Autorais (Direitos de Autor e Direitos Conexos)
Essas obras literárias são protegidas pela lei número 9.610 de 19 de Fevereiro de 1998.http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/lei%209.610-1998?OpenDocument
quinta-feira, 27 de setembro de 2018
segunda-feira, 24 de setembro de 2018
Bardo navegante
Bardo navegante
Heleno de Paula
Na ânsia de escrever, e deleitar em versos o hodierno horizonte que os teus olhos em tempo percorre, peca o marujo-poeta. Perde-se entre o porto que te acerca, como a realidade aos teus pés feito cordoalha, e o mar bravio sedento de audazes que sob a voz da ambição o navega. Fraqueja o bardo navegante, hesita acompanhar a revoada sobre o espelho d'água. Temeroso, ancora a alma, à deriva deixa o corpo e a poesia queda embargada.
segunda-feira, 7 de agosto de 2017
Fez-se a luz
Fez-se a luz
Heleno de Paula
Cuide da terra
Regue as flores
Abrace e beije os bichos, entre outros amores.
Compartilhe teus escritos
Ouça os discos
Relembre a canção preferida
A emoção que permeia, encandeia a vida
Descubra outras línguas, ensine...
Inunde com o teu sorriso, tantas outras bocas
Faça de cada segundo um momento sublime,
Pois há sempre alguém que te louva
E de verso em verso
Regozijo esta poesia, com as lembranças que trago de ti, encaracolados cabelos, amiga minha.
Palavras que anseiam o gozo
Desfrutar o mundo
Errar, acertar, tentar e tentar...
Recomeçar de novo
Conhecer a si, talvez até se perder
Mas enfim, permitir-se, ser.
Reverso do entrave nos olhos dos outros
Faça-se a luz da tua amizade
Em nossos destinos, um horizonte pomposo.
sexta-feira, 12 de maio de 2017
Meu grito
Meu grito
Heleno de Paula
Heleno de Paula
Mãos trêmulas, a caneta em disparate, não consegue permear o
papel com a sua cotidiana poesia.
As retinas em alarde, surtaram, acabaram de testemunhar, alvejaram mais pobre, negro, arrebatado pela violência do dia a dia.
O pensamento consternado, pasma-se.
Mais uma bala amarga a doce vida de uma criança nesta cidade.
A mãe, como se vendo a alma do filho saltar-lhe o frágil corpo que ao curto prazo, apenas oito anos o guardava, não ora, sem blasfemar, a Deus brava, o porquê de ter que velar a quem mais amava.
Transeuntes alheios ao sofrimento na companhia de autoridades que refutavam o acontecimento.
Gritos por justiça...
Punhos cerrados...
Sonhos cerceados...
Sensação de impunidade.
Mais gritos ecoam, faz-se um motim.
Inflam-se os pulmões, ressoam cívicos...
Covardes!
Em mim, o medo, a lágrima, a revolta...
O Estado a bancarrota.
Na mãe, nada suplanta a dor, só há saudade.
As retinas em alarde, surtaram, acabaram de testemunhar, alvejaram mais pobre, negro, arrebatado pela violência do dia a dia.
O pensamento consternado, pasma-se.
Mais uma bala amarga a doce vida de uma criança nesta cidade.
A mãe, como se vendo a alma do filho saltar-lhe o frágil corpo que ao curto prazo, apenas oito anos o guardava, não ora, sem blasfemar, a Deus brava, o porquê de ter que velar a quem mais amava.
Transeuntes alheios ao sofrimento na companhia de autoridades que refutavam o acontecimento.
Gritos por justiça...
Punhos cerrados...
Sonhos cerceados...
Sensação de impunidade.
Mais gritos ecoam, faz-se um motim.
Inflam-se os pulmões, ressoam cívicos...
Covardes!
Em mim, o medo, a lágrima, a revolta...
O Estado a bancarrota.
Na mãe, nada suplanta a dor, só há saudade.
sexta-feira, 13 de janeiro de 2017
Um dia explico
Um dia explico
Heleno de Paula
Não queira chorar o meu
choro,
Tampouco sofrer minhas
dores.
Nem mesmo a saudade que eu
sinto,
Compare aos lamentos tão
seus.
Deus, me deu uma vida a
levar...
Cuidou de tudo, soube bem
Um dia explico.
Deus,
Doou-me a ti, oh, minha mãe
Quis me rever, não penses
mal
É só o ciclo
Pai, e se o pranto causar
a revolta,
Blasfemarem em vão?
Se carecem de paz na
alma...
Faz a redenção!
O amor prevalece,
acalanta...
Dá voz a cada coração!
Pai, e se o tom entristece...
E agora, o que conforta?
Não temer jamais?!?
É certeza que a fé
suplanta...
O que aprendi de Vós?!?
A esperança é chama perene!
Oremos nós.
segunda-feira, 21 de novembro de 2016
Salve-se!
Salve-se!
Heleno de Paula
Eu salvo os policiais,
Tu, os traficantes
Ele, a Fátima Bernardes
Nós, os dias de glória
Vós, as derrocadas
Eles, os corajosos
Eu, os covardes.
Tu salvas o Mandela
Ele, o Hitler
Nós, a humanidade.
Vós salvais os cristãos
Eles, os evangélicos
Eu, os muçulmanos
Tu, o ateísmo
Ele, a ancestralidade.
Nós salvamos os animais
Vós, as matas
Eles, as águas
Eu, o progresso
Tu, a ordem
Ele, a liberdade.
Nós, os negros
Vós, os brancos
Eles, os amarelos
Eu, as diferenças
Tu, a igualdade.
Ele salva os do asfalto
Nós, os da favela
Vós, os do interior
Eles, os da cidade.
Eu salvo a poesia
Tu, toda tese
Ele, a utopia
Nós, a realidade.
Vós salvais os héteros
Eles, os homos
Eu, a diversidade.
Tu, me salvas
Ele te salva
Nós nos salvamos
Vós vos salvais
Eles se salvam
Por fim, que Deus tenha
misericórdia, nos salve das nossas maldades.
sábado, 12 de novembro de 2016
Sob a luz
Sob a luz
Heleno de Paula
Heleno de Paula
Senda no solo e no coração
Sob a luz que me guia, inspiração
Adorno meus pés, percorro o mundo
Retrato meus passos. Divago. Mudo.
Ao fim da jornada enlaço palavras em poesia
Às vezes, como uma leve pegada na areia, se transforma e o vento leva. Eleva.
Às vezes é fenda profunda, ferida aberta.
Depende dos olhos que veem, do peito de quem a carrega.
Sob a luz que me guia, inspiração
Adorno meus pés, percorro o mundo
Retrato meus passos. Divago. Mudo.
Ao fim da jornada enlaço palavras em poesia
Às vezes, como uma leve pegada na areia, se transforma e o vento leva. Eleva.
Às vezes é fenda profunda, ferida aberta.
Depende dos olhos que veem, do peito de quem a carrega.
segunda-feira, 22 de agosto de 2016
Oxum
Oxum
Heleno de Paula
Pouso meu pensamento na
serenidade dos teus olhos,
Que por ora conduzem-me em
segurança, sem hesitar, por entre as brumas da insensatez.
Incólume, adormeço em teus
braços.
Teus doces afagos dissipam
resquícios dos desvarios.
Descanso profundo, como se
a minha alma voltasse ao teu ventre.
Uma viagem sem medo, sem
anseios do porvir. Apenas regresso.
O tempo acalanta o meu
sono, de volta a morada que concebeu a vida, rezo.
Reencontro a mesma luz que
irradia tua fronte, o elo que nos funde em um só sentimento.
Curo o meu peito ao
banhar-me em tuas águas.
Renasço do sulco da
pedreira que te concerne.
Vivo e faço reverência a
tua amabilidade.
Ora yê yê ô mamãe Oxum!
Ora yê yê ô!
terça-feira, 5 de julho de 2016
Último brinde
Último brinde
Heleno de Paula
Heleno de Paula
Taciturno tempo
Entre um gole e outro,
Lágrimas e espaços versos
Declaro a efêmera companhia seu fenecimento
Lúgubre garganta minha,
Onde jaz mais um amigo de incontestável bom gosto.
Rotulado por muitos, pouco me importa...
Mais valeu a tua liquidez que fluiu noites afora enternecendo meu coração, que a razão fria que cada alvorecer me incita e a sobriedade denota.
Lágrimas e espaços versos
Declaro a efêmera companhia seu fenecimento
Lúgubre garganta minha,
Onde jaz mais um amigo de incontestável bom gosto.
Rotulado por muitos, pouco me importa...
Mais valeu a tua liquidez que fluiu noites afora enternecendo meu coração, que a razão fria que cada alvorecer me incita e a sobriedade denota.
quinta-feira, 23 de junho de 2016
Voo
Voo
Heleno de Paula
Divago em mau tempo
Sem grandes anseios, percebo
a realidade que me acerca
Recito ao vento meus
poemas, ouço almas...
Pássaros gorjeiam
O tempo voa, entes voam,
anjos voam...
E a saudade me apega
Eu, já moço crescido
Esmorecido, por alguns
traído...
Assim hei vivido.
Ah, mas Deus me apascenta!
Bem...
Tempo, divagas junto
comigo!
Dá-me tuas mãos, deixe-me
apertá-las,
Talvez assim os destinos se
enlacem...
E eu hei de poder voar
junto contigo,
Que essa vida é só
passagem!
Cotidianamente, algumas pessoas deveriam interpretar as palavras de Alexandre Dumas em Os três Mosqueteiros: "- Um por todos, e todos por um!". Soaria mais cristão do que: "- Isso é a verdade, assim está escrito!". Não haveria blasfêmia. As bocas falam o que lhes convêm, daí a falta de mérito por não mostrar as impurezas do coração.
Heleno de Paula
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