Passatempo
Heleno de Paula
Fotos,
fatos, fardos...
Abri
o baú do passado,
Revisitei
os caminhos por mim germinados,
Busquei
respostas para o que não colhi.
Percebi
que as lembranças já não são tão vastas,
Passatempo
em mãos...
Nossa!
Como
o tempo passa!
Pele
manchada, enrugada,...
Pior,
alma lastimada!
O
jogo da vida é outro,
A
realidade às vezes dói.
As
segundas, terceiras e outras chances mais, demoram.
É
bem verdade que por mais que estejamos perdendo ou ganhando,
Preocupamo-nos
mais com o findar da partida.
Ah,
a partida!
As
regras nunca foram bem claras,
Ninguém
quis ou ainda quer aprender a perder.
Podemos
sim, retroceder, mas entregar os pontos jamais!
Frase
tão previsível, tão previsível quanto a minha vida.
Mas
entendi que revirar a memória não é martirizar-se,
Não
é girar uma roleta, jogar os dados, se lançar a toda sorte.
É preencher
o ócio do pensamento.
Diga-se
de passagem, é o pouco que me resta,
É
o mais intrínseco momento a momento.
O
silêncio que nos habita, nos torna cúmplice do destino.
Esmorecemos
quando o acaso deixa de nos surpreender.
Nossa!
Como
o tempo passa!
Pobre
de mim, passatempo que fui de você.