Ne(ê)go, ne(ê)ga
Heleno de Paula
- Nêga, não é nada disso!
Não é nada disso que você
pensa!
O terno com batom rosado
Ele foi manchado no trem
apertado,
Ligue a TV, até saiu na
imprensa.
Nêga te peço o seguinte:
Tenha um pouco mais de
paciência
Respire fundo e conte até
vinte
Se acalme um pouco, bote a
mão na consciência.
Findar agora a nossa
relação,
Vai doer em mim bem mais
Vou sofrer demais com a
tua ausência.
Olha meu amor, não faça
isso não!
Rogo a ti o meu perdão,
Por tamanha negligência.
- Nêgo, foi até bonito o
discurso,
Mas já não adianta o
pedido
Eu te avisei há muito
tempo
E desde sempre falhou
comigo.
Tuas desculpas, eu já não
aguento,
Eu nem sei mais o que é
sorriso,
Deixe-me em paz, viva o
teu momento,
Já estou cansada de ouvir tudo
isso!
- Nêga, não negue o teu nêgo!
- Nego, não sou mais tua
nêga!
- Nêga, como nega o nêgo
assim?
- Nego, porque você me nega
a verdade, enfim...
Nego, porque tu me negas!
Agora fique com tuas nêgas neguim!
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