Lei de Direitos Autorais (Direitos de Autor e Direitos Conexos)
Essas obras literárias são protegidas pela lei número 9.610 de 19 de Fevereiro de 1998.http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/lei%209.610-1998?OpenDocument
domingo, 21 de junho de 2020
domingo, 7 de junho de 2020
segunda-feira, 25 de maio de 2020
domingo, 17 de maio de 2020
domingo, 12 de abril de 2020
domingo, 26 de janeiro de 2020
sexta-feira, 3 de janeiro de 2020
terça-feira, 24 de dezembro de 2019
segunda-feira, 16 de dezembro de 2019
segunda-feira, 9 de dezembro de 2019
terça-feira, 3 de dezembro de 2019
sábado, 16 de novembro de 2019
sábado, 9 de novembro de 2019
terça-feira, 5 de novembro de 2019
domingo, 13 de outubro de 2019
terça-feira, 8 de outubro de 2019
quinta-feira, 29 de agosto de 2019
Depressão
Depressão
Heleno de Paula
Mora a dor em mim
Dizem...
Deixa isso passa
Tudo que é ruim...
Simples, o tempo apaga
E eu fico assim...
Sem saber se há esperança
Só de pensar sobre o amor,
ver a alma sofrer,
dá um nó na garganta
Sinto num corte profundo
O peso do mundo,
o medo vem e me arrebate
Sinto que a minha sintonia
além da poesia é com a melancolia,
talvez seja tarde
Mas se o acaso houver
Bem-vindo o que vier
Faça o que bem quiser...
Mas por Deus, não me mate!
Por Deus, não me mate...
Por Deus, não me mate.
Heleno de Paula
Mora a dor em mim
Dizem...
Deixa isso passa
Tudo que é ruim...
Simples, o tempo apaga
E eu fico assim...
Sem saber se há esperança
Só de pensar sobre o amor,
ver a alma sofrer,
dá um nó na garganta
Sinto num corte profundo
O peso do mundo,
o medo vem e me arrebate
Sinto que a minha sintonia
além da poesia é com a melancolia,
talvez seja tarde
Mas se o acaso houver
Bem-vindo o que vier
Faça o que bem quiser...
Mas por Deus, não me mate!
Por Deus, não me mate...
Por Deus, não me mate.
segunda-feira, 17 de junho de 2019
Qual é o teu medo?
Qual é o teu medo?
Quantas rugas um espelho não viveu?
Quantos corpos uma sombra jamais sentiu?
Quantas vezes blasfemamos a Deus?
Quantos gritos da alma nem sequer se ouviu?
Quando o mundo nos calou a voz?
Quando a fome e a sede nos serviu?
Quantas vezes desatamos nós?
Quais os laços de verdade uniu?
Em quanto tempo se apascenta um coração?
Quantas vezes a saudade nos sorriu?
Quantas vezes já caiu um irmão?
Quantas vezes levantou e seguiu?
Quantas vezes estendemos nossas mãos?
Quantos abraços nos protegeram, viu?
É infindável interpelar só com a razão,
a emoção com poesia inferiu.
a emoção com poesia inferiu.
quarta-feira, 27 de março de 2019
sexta-feira, 22 de março de 2019
sábado, 9 de março de 2019
quarta-feira, 6 de março de 2019
sábado, 2 de março de 2019
quarta-feira, 12 de dezembro de 2018
quinta-feira, 25 de outubro de 2018
Um olhar
Um olhar
Heleno de Paula
No teu olhar, me fiz mirada
Paixão fulgurada
Razão revirada
Morada encontrei
Por esse olhar de jeito travesso,
Transgrido, enlouqueço...
Ao léu, peito, apreço...
Meus braços, outro alguém
E o ébrio poeta errante
Em terras distantes,
Num peito vagueia
Hesita por vezes, destino à sorte
Argúcia ferida
A vida o golpeia.
quarta-feira, 24 de outubro de 2018
segunda-feira, 15 de outubro de 2018
terça-feira, 9 de outubro de 2018
Ontem
Ontem
Heleno de Paula
A ideia do hoje me amanhecer poeta,
pouco importa
Bonito foi o ontem,
quando em meus braços tive o céu,
tangível enquanto teu corpo
As pintas sobrepujadas como estrelas,
Imensurável prazer, infindo
Hoje a realidade se denota
O firmamento continua longínquo...
Ausência, solidão...
E a poesia se extinguindo.
Em tempo
Em tempo
Heleno de Paula
Taciturno tempo que não te tenho.
Sem teu sorriso, sem sonhos irisados,
Sem a urgência que só a nós pertence
Tudo é meia-nau, trivial...
Revel ao momento, aqui distante,
sigo descontente
E que se acuse o acaso pela cumplicidade no crime passional.
Insensatez verter nossos olhares serodiamente
E se os corações já não estão incólumes,
que o destino nos seja indulgente.
segunda-feira, 8 de outubro de 2018
quinta-feira, 4 de outubro de 2018
terça-feira, 2 de outubro de 2018
Ah, se tu soubesses!
Ah, se tu soubesses!
Heleno de Paula
Só queria que tu soubesses
Que tudo escrevo tem teu dedo
Tem teus afagos
Tem nossos segredos,
pouco a pouco revelados
No pensamento tua voz ecoa,
Como se estivéssemos lado a lado
Ah, se tu soubesses!
Que tudo que escrevo tem teu dedo
Tem teu cheiro,
Tem meu peito despedaçado
Ah, mas se eu soubesse...
Que Deus mudasse o meu passado!
segunda-feira, 1 de outubro de 2018
quinta-feira, 27 de setembro de 2018
segunda-feira, 24 de setembro de 2018
Bardo navegante
Bardo navegante
Heleno de Paula
Na ânsia de escrever, e deleitar em versos o hodierno horizonte que os teus olhos em tempo percorre, peca o marujo-poeta. Perde-se entre o porto que te acerca, como a realidade aos teus pés feito cordoalha, e o mar bravio sedento de audazes que sob a voz da ambição o navega. Fraqueja o bardo navegante, hesita acompanhar a revoada sobre o espelho d'água. Temeroso, ancora a alma, à deriva deixa o corpo e a poesia queda embargada.
segunda-feira, 7 de agosto de 2017
Fez-se a luz
Fez-se a luz
Heleno de Paula
Cuide da terra
Regue as flores
Abrace e beije os bichos, entre outros amores.
Compartilhe teus escritos
Ouça os discos
Relembre a canção preferida
A emoção que permeia, encandeia a vida
Descubra outras línguas, ensine...
Inunde com o teu sorriso, tantas outras bocas
Faça de cada segundo um momento sublime,
Pois há sempre alguém que te louva
E de verso em verso
Regozijo esta poesia, com as lembranças que trago de ti, encaracolados cabelos, amiga minha.
Palavras que anseiam o gozo
Desfrutar o mundo
Errar, acertar, tentar e tentar...
Recomeçar de novo
Conhecer a si, talvez até se perder
Mas enfim, permitir-se, ser.
Reverso do entrave nos olhos dos outros
Faça-se a luz da tua amizade
Em nossos destinos, um horizonte pomposo.
sexta-feira, 12 de maio de 2017
Meu grito
Meu grito
Heleno de Paula
Heleno de Paula
Mãos trêmulas, a caneta em disparate, não consegue permear o
papel com a sua cotidiana poesia.
As retinas em alarde, surtaram, acabaram de testemunhar, alvejaram mais pobre, negro, arrebatado pela violência do dia a dia.
O pensamento consternado, pasma-se.
Mais uma bala amarga a doce vida de uma criança nesta cidade.
A mãe, como se vendo a alma do filho saltar-lhe o frágil corpo que ao curto prazo, apenas oito anos o guardava, não ora, sem blasfemar, a Deus brava, o porquê de ter que velar a quem mais amava.
Transeuntes alheios ao sofrimento na companhia de autoridades que refutavam o acontecimento.
Gritos por justiça...
Punhos cerrados...
Sonhos cerceados...
Sensação de impunidade.
Mais gritos ecoam, faz-se um motim.
Inflam-se os pulmões, ressoam cívicos...
Covardes!
Em mim, o medo, a lágrima, a revolta...
O Estado a bancarrota.
Na mãe, nada suplanta a dor, só há saudade.
As retinas em alarde, surtaram, acabaram de testemunhar, alvejaram mais pobre, negro, arrebatado pela violência do dia a dia.
O pensamento consternado, pasma-se.
Mais uma bala amarga a doce vida de uma criança nesta cidade.
A mãe, como se vendo a alma do filho saltar-lhe o frágil corpo que ao curto prazo, apenas oito anos o guardava, não ora, sem blasfemar, a Deus brava, o porquê de ter que velar a quem mais amava.
Transeuntes alheios ao sofrimento na companhia de autoridades que refutavam o acontecimento.
Gritos por justiça...
Punhos cerrados...
Sonhos cerceados...
Sensação de impunidade.
Mais gritos ecoam, faz-se um motim.
Inflam-se os pulmões, ressoam cívicos...
Covardes!
Em mim, o medo, a lágrima, a revolta...
O Estado a bancarrota.
Na mãe, nada suplanta a dor, só há saudade.
sexta-feira, 13 de janeiro de 2017
Um dia explico
Um dia explico
Heleno de Paula
Não queira chorar o meu
choro,
Tampouco sofrer minhas
dores.
Nem mesmo a saudade que eu
sinto,
Compare aos lamentos tão
seus.
Deus, me deu uma vida a
levar...
Cuidou de tudo, soube bem
Um dia explico.
Deus,
Doou-me a ti, oh, minha mãe
Quis me rever, não penses
mal
É só o ciclo
Pai, e se o pranto causar
a revolta,
Blasfemarem em vão?
Se carecem de paz na
alma...
Faz a redenção!
O amor prevalece,
acalanta...
Dá voz a cada coração!
Pai, e se o tom entristece...
E agora, o que conforta?
Não temer jamais?!?
É certeza que a fé
suplanta...
O que aprendi de Vós?!?
A esperança é chama perene!
Oremos nós.
segunda-feira, 21 de novembro de 2016
Salve-se!
Salve-se!
Heleno de Paula
Eu salvo os policiais,
Tu, os traficantes
Ele, a Fátima Bernardes
Nós, os dias de glória
Vós, as derrocadas
Eles, os corajosos
Eu, os covardes.
Tu salvas o Mandela
Ele, o Hitler
Nós, a humanidade.
Vós salvais os cristãos
Eles, os evangélicos
Eu, os muçulmanos
Tu, o ateísmo
Ele, a ancestralidade.
Nós salvamos os animais
Vós, as matas
Eles, as águas
Eu, o progresso
Tu, a ordem
Ele, a liberdade.
Nós, os negros
Vós, os brancos
Eles, os amarelos
Eu, as diferenças
Tu, a igualdade.
Ele salva os do asfalto
Nós, os da favela
Vós, os do interior
Eles, os da cidade.
Eu salvo a poesia
Tu, toda tese
Ele, a utopia
Nós, a realidade.
Vós salvais os héteros
Eles, os homos
Eu, a diversidade.
Tu, me salvas
Ele te salva
Nós nos salvamos
Vós vos salvais
Eles se salvam
Por fim, que Deus tenha
misericórdia, nos salve das nossas maldades.
sábado, 12 de novembro de 2016
Sob a luz
Sob a luz
Heleno de Paula
Heleno de Paula
Senda no solo e no coração
Sob a luz que me guia, inspiração
Adorno meus pés, percorro o mundo
Retrato meus passos. Divago. Mudo.
Ao fim da jornada enlaço palavras em poesia
Às vezes, como uma leve pegada na areia, se transforma e o vento leva. Eleva.
Às vezes é fenda profunda, ferida aberta.
Depende dos olhos que veem, do peito de quem a carrega.
Sob a luz que me guia, inspiração
Adorno meus pés, percorro o mundo
Retrato meus passos. Divago. Mudo.
Ao fim da jornada enlaço palavras em poesia
Às vezes, como uma leve pegada na areia, se transforma e o vento leva. Eleva.
Às vezes é fenda profunda, ferida aberta.
Depende dos olhos que veem, do peito de quem a carrega.
segunda-feira, 22 de agosto de 2016
Oxum
Oxum
Heleno de Paula
Pouso meu pensamento na
serenidade dos teus olhos,
Que por ora conduzem-me em
segurança, sem hesitar, por entre as brumas da insensatez.
Incólume, adormeço em teus
braços.
Teus doces afagos dissipam
resquícios dos desvarios.
Descanso profundo, como se
a minha alma voltasse ao teu ventre.
Uma viagem sem medo, sem
anseios do porvir. Apenas regresso.
O tempo acalanta o meu
sono, de volta a morada que concebeu a vida, rezo.
Reencontro a mesma luz que
irradia tua fronte, o elo que nos funde em um só sentimento.
Curo o meu peito ao
banhar-me em tuas águas.
Renasço do sulco da
pedreira que te concerne.
Vivo e faço reverência a
tua amabilidade.
Ora yê yê ô mamãe Oxum!
Ora yê yê ô!
terça-feira, 5 de julho de 2016
Último brinde
Último brinde
Heleno de Paula
Heleno de Paula
Taciturno tempo
Entre um gole e outro,
Lágrimas e espaços versos
Declaro a efêmera companhia seu fenecimento
Lúgubre garganta minha,
Onde jaz mais um amigo de incontestável bom gosto.
Rotulado por muitos, pouco me importa...
Mais valeu a tua liquidez que fluiu noites afora enternecendo meu coração, que a razão fria que cada alvorecer me incita e a sobriedade denota.
Lágrimas e espaços versos
Declaro a efêmera companhia seu fenecimento
Lúgubre garganta minha,
Onde jaz mais um amigo de incontestável bom gosto.
Rotulado por muitos, pouco me importa...
Mais valeu a tua liquidez que fluiu noites afora enternecendo meu coração, que a razão fria que cada alvorecer me incita e a sobriedade denota.
quinta-feira, 23 de junho de 2016
Voo
Voo
Heleno de Paula
Divago em mau tempo
Sem grandes anseios, percebo
a realidade que me acerca
Recito ao vento meus
poemas, ouço almas...
Pássaros gorjeiam
O tempo voa, entes voam,
anjos voam...
E a saudade me apega
Eu, já moço crescido
Esmorecido, por alguns
traído...
Assim hei vivido.
Ah, mas Deus me apascenta!
Bem...
Tempo, divagas junto
comigo!
Dá-me tuas mãos, deixe-me
apertá-las,
Talvez assim os destinos se
enlacem...
E eu hei de poder voar
junto contigo,
Que essa vida é só
passagem!
Cotidianamente, algumas pessoas deveriam interpretar as palavras de Alexandre Dumas em Os três Mosqueteiros: "- Um por todos, e todos por um!". Soaria mais cristão do que: "- Isso é a verdade, assim está escrito!". Não haveria blasfêmia. As bocas falam o que lhes convêm, daí a falta de mérito por não mostrar as impurezas do coração.
Heleno de Paula
Que Mauá?
Que Mauá?
Heleno de Paula
Heleno de Paula
Por vezes a intuição não me favorece.
Ponho-me a pensar que eu esteja envelhecendo.
Ando meio cansado, esquecendo das coisas, dos significados e sinônimos de certas palavras, que por ora não me lembro, mas sei que este fato ocorreu nos últimos dias.
Daí, apresso-me a recolher minha memória, aguçar as lembranças...
Faço meus neurônios chacoalharem feito os jamelões que eu catava do pé de um vizinho em Mauá.
Saciavam-me a fome de menino.
Adoçavam-me a boca e a vida.
Manchavam-me as pontas dos dedos e a língua.
Até hoje, descortinando o pensamento, é possível enxergar o colorido passado.
Talvez eu esteja sendo um pouco rabugento comigo mesmo.
Talvez valham-me mais os frutos das recordações que acompanharam-se de cores, sabores e cheiros, do que a ideia de que palavras possam vir a mostrar um intelecto que não faz parte do real cotidiano que preenche meus anos de existência, cá sobre esse mundão de Deus.
Ponho-me a pensar que eu esteja envelhecendo.
Ando meio cansado, esquecendo das coisas, dos significados e sinônimos de certas palavras, que por ora não me lembro, mas sei que este fato ocorreu nos últimos dias.
Daí, apresso-me a recolher minha memória, aguçar as lembranças...
Faço meus neurônios chacoalharem feito os jamelões que eu catava do pé de um vizinho em Mauá.
Saciavam-me a fome de menino.
Adoçavam-me a boca e a vida.
Manchavam-me as pontas dos dedos e a língua.
Até hoje, descortinando o pensamento, é possível enxergar o colorido passado.
Talvez eu esteja sendo um pouco rabugento comigo mesmo.
Talvez valham-me mais os frutos das recordações que acompanharam-se de cores, sabores e cheiros, do que a ideia de que palavras possam vir a mostrar um intelecto que não faz parte do real cotidiano que preenche meus anos de existência, cá sobre esse mundão de Deus.
Notas de um futuro que ainda não vi
Notas de um futuro que ainda não vi
Heleno de Paula
Tudo que conquistei, me foi concedido por mérito.
Ao longo dos anos mais ganhei do que perdi, confesso que tive vantagem, pois fiz do fim de cada dia uma medalha, justa premiação por concluir uma jornada de árduo trabalho e convivência com os meus semelhantes (cada qual com suas particularidades), é verdade! Mas a totalidade da vivência, sempre foi positiva, graças a fé que me tomou pelas mãos e me guiou por esse mundo afora.
Conheci o que era virtude através dos olhos-espelhos dos que sorriam ao me ver.
Reinventei meu jeito de ser por diversas vezes, sem jamais ser volátil.
Vi amarguras, vivi desventuras, sonhei ilusões...
Seria inimaginável ter convivido alheio aos anseios dos próximos. Ah! Como Deus foi complacente comigo, eu que tive um passado imaturo, prostrei diante desse futuro, como se carregasse a rotina feito uma lápide que adornaria minha própria cova, estou aqui. Estou no lucro, pronto para mais uma poesia que meu destino devaneia.
Ao longo dos anos mais ganhei do que perdi, confesso que tive vantagem, pois fiz do fim de cada dia uma medalha, justa premiação por concluir uma jornada de árduo trabalho e convivência com os meus semelhantes (cada qual com suas particularidades), é verdade! Mas a totalidade da vivência, sempre foi positiva, graças a fé que me tomou pelas mãos e me guiou por esse mundo afora.
Conheci o que era virtude através dos olhos-espelhos dos que sorriam ao me ver.
Reinventei meu jeito de ser por diversas vezes, sem jamais ser volátil.
Vi amarguras, vivi desventuras, sonhei ilusões...
Seria inimaginável ter convivido alheio aos anseios dos próximos. Ah! Como Deus foi complacente comigo, eu que tive um passado imaturo, prostrei diante desse futuro, como se carregasse a rotina feito uma lápide que adornaria minha própria cova, estou aqui. Estou no lucro, pronto para mais uma poesia que meu destino devaneia.
Azul
Azul
Heleno de Paula
Heleno de Paula
Aprumado meu corpo na tua rede
Minha vivacidade se embala, descansa.
Os olhos extinguem o entorno verde
Fustigados pelo vento, que consigo traz lembranças
Minha vivacidade se embala, descansa.
Os olhos extinguem o entorno verde
Fustigados pelo vento, que consigo traz lembranças
Azul imensidão,
Pai no pensamento.
Infinito azul, azul vazio, desatino!
Em vão, busco o contínuo alento
Pai no pensamento.
Infinito azul, azul vazio, desatino!
Em vão, busco o contínuo alento
A dor é revoada em delta que cinge o céu
Volta e meia, revisita minha morada
E o pior, não tão previsível quanto o tempo de emigrada
Volta e meia, revisita minha morada
E o pior, não tão previsível quanto o tempo de emigrada
Vou no rumo que Deus traçou
Que tua alma me acompanhe, nos voos de saudade, que a tua passagem me deixou.
Que tua alma me acompanhe, nos voos de saudade, que a tua passagem me deixou.
domingo, 29 de maio de 2016
Deixo a ti
Deixo a ti
Heleno de Paula
Tuas lágrimas me inspiram,
Como um canto em triste tom.
Cada alma tem seu dom
Deixo a ti minha gratidão
ante teu coração
Vi teu manto cobrir meu
chão
Ouvi meu nome em tua
oração
Mas há dias em que o frio
vem me visitar
O medo faz morada em meu
olhar
Solidão no Crepúsculo
Vermelho luar
E a eternidade a me
chamar...
E eu, e eu, e eu, e eu...
Ah, vida!
Posto a me entregar
É justo assim findar?
Vazio o peito, chama prestes
a se apagar
E eu, e eu, e eu, e eu...
Destino?
Os olhos por fechar
E eu, e eu, e eu, e eu...
Isso é tudo?
É o ciclo?
É renovar?
Ah, vermelho luar!
Os anjos já me anunciam
O corpo renuncia
A Alma aprazia
E Deus, e Deus, e Deus, e
Deus...
É Deus?
E eu, e eu, e eu, e eu...
Só me resta te deixar...
Adeus, adeus, adeus,
adeus...
Adeus.
sexta-feira, 11 de março de 2016
Ao menos uma vez
Ao menos uma vez
Heleno de Paula
Quem me dera saltar dentre
estas páginas, sob o teu olhar de amor furtivo,
Entrelinhas, ser o anseio
que tua libido implora.
Despudorava-te o
pensamento
Tornava-te um ser mais
instintivo
Avassalaria tuas ideias, como
a verve volúvel de um poeta qual a paixão devora.
Quem me dera
desmistificar-te sem receios
Palavras que sussurram,
tuas mãos tateiam
Ser as carícias
confidentes entre versos e outros meios madrugada afora.
Ah, quem me dera te
sentir, assim como me sentes!
Ler-te e reler-te incansavelmente
Desnudar-te em poesia
Quem me dera tracejar teu
corpo
Preencher-te de vida
reticente
Ao menos uma vez o destino
poderia findar-me.
Quem me dera!
Quem me dera...
Assim de ti me vingaria.
sábado, 27 de fevereiro de 2016
Fato
Fato
Heleno de Paula
Ao que indaga sobre meus
anseios e amores,
Sem rumores e pudores eu
lhe falo
Tudo me importa, em tudo
há vida...
Sons, tatos, cheiros,
lembranças e sabores
Até mesmo uma folha branca
pra mim significa,
É o pensar, é o novo, é o
início do meu trabalho.
A tua curiosidade sobre
mim, me dignifica.
Contemplo até mesmo limpar
a bunda com papel sanitário.
Esta última referência,
não pense ser chula ou a estes versos descabida.
É para lembrar-te que não
há fama, dinheiro ou afins banais
Nada suplanta a vivência
intrínseca
Perecemos sob solo fétido,
Fato.
Somos todos iguais.
quarta-feira, 20 de janeiro de 2016
No way
No way - Minha viagem nas
águas de Leminski
Heleno de Paula
Noé,
Não é nóia não, no way!
É papo reto meu rei.
Rasgado o bote inflável,
Clamam ao infalível, os
ditos puros.
No mar de gente, um
impávido?
Não salva os sonhos em
apuros.
Na crista da onda,
insanos,
Articulando seus planos
Bote infalível da serpente
Envenenando...
Causando toda moléstia.
Carregando...
Nossa cruz o Cristo sente.
Estamos à deriva!
A história é repetitiva.
É traição expressiva.
Já não é só Eva e Adão,
Pecamos em multidão.
Maçã em massa,
Boom!
É atração explosiva.
Pensaram que haveria
saída?
Dessa vez não, no way out!
Game over
Finish
Goodbye my friend
Não haverá mais partida.
segunda-feira, 1 de junho de 2015
Ao Pai
Ao Pai
Heleno de Paula
Submeti meus sentimentos
ao clausuro,
Herdei palavras,
inspiração.
Pensei num tempo
longínquo, venturo.
Sob um olhar auspício, a
proteção.
Ah, novos ares de
esperança!
Que não me falte fé a cada
aurora
Indulgente seja essa andança!
Apascentado o sono, o
porvir se revigora.
Erguerei do silêncio, do
peito mudo.
Não haverá vazio, nem
solidão.
Saudade é vento que sopra
o mundo,
Nasce dos que habitam na
redenção.
Ó, almas benevolentes!
Livrai-me do mal que a
cada passo se salienta.
Roguei a Deus Onipresente!
Resguardai-me ó Pai desta
recôndita contenda.
Assinar:
Postagens (Atom)