Como as ondas
Heleno de Paula
Ébrio de paixões hostis, avessas.
Parte o marujo rumo ao pôr do sol, longínquo.
Ensaia o suicídio entre as cordoalhas espessas
Hesita, teme o Caronte por um julgamento iníquo.
Navegante de mares bravios e de vidas assim igualadas
De cais em cais perde-se entre súcubos e desvarios
Põe-se a cama, entregue as almas escravizadas,
Deixa-as no alvor quente. Pobres os corações tão frios!
Apruma o veleiro do destino que o carrega
Iça as velas e a bandeira branca ao sol a pino
O azimute o orienta e o vento leva
Sem despedidas, sem fados tristes e calado o sino.
Na imensidão, liberto, some o marujo poeta.
Rosa dos ventos o inspira versos e como as ondas, vou te seguindo...
2 comentários:
Como as ondas levam o poeta, o destino carrega a sua alma, e em versos tristes e perfeitos, deixa ao leitor a aflição de viver a dúvida assim descarregada.
Maravilhosos versos!
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Un buen poema amigo.
Gracias por sus letras.
Con ternura
Sor.Cecilia
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