Pés abstratos
Heleno de Paula
Tela de Fábio Ribeiro - Exposição "Consequência" - HOMEGROWN
Pés abstratos aos olhos
Caminham, deslizam,
manobram via pensamentos.
Nus ou calçados sustentam
atitudes, impávidos!
Denotam diferentes estilos
e comportamentos.
Embasam virtudes,
suplantam percalços,
Figuram anseios nas andanças
de um destino.
Pegadas, sinais da
lembrança em traços,
Marcas das brincadeiras de
infância,
Das declarações de amor...
Por onde a vida foi
seguindo!
Degraus à frente,
ascensão, bonança...
Eleva-se a satisfação da
capacidade do indivíduo.
Valorizados os calos, as
feridas, as trajetórias mundanas,
Sentimento de realização
sem atalhos percorridos.
Se há o “Lava-pés” singelo
nas entrelinhas,
Entre as telas, passeiam sonhos
de um menino.
2 comentários:
Bom dia, Heleno.
Os pés abstratos vivem na nossa imaginação, voam e descem ao chão, pisam num terreno para fazer o seu reconhecimento, andam por lugares ermos, sem saber onde trilhará seu passo, mas existem os pés seguros, que sabem o que querem, assumindo passadas rápidas e fortes, chegando ao seu objetivo.
Não importa andança pela qual passou, suas dores, mas sim a recompensa da chegada.
Quando parte para o sonho, o menino não vê a realidade cruel, voa mais do que um pássaro, dança com os seus pés e coreografa emoções, apenas quer brincar, viver, sem que nada lhe tire esse prazer.
Parabéns!
Beijos na alma e lindo dia de paz!
Olá Heleno,seu poema nos dá o direito de fazermos várias leituras com ele."Pés Abstratos", que se tornam concretos a cada passo que damos em sentido da vida.Pés que fazem-nos recordar por quantas pedras já passamos, por quantas valas cruzamos e com quem querem estar. Ah! nossos pés.... beleza.....Grande abraço ao poeta de sempre.
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