Sem viés
Heleno de Paula
Mal e entediado,
Tenho acordado cansado dos
sonhos sonhados,
Das coisas reais,
Das esperanças carnais.
A mente pesada já pensou
bem mais.
Está depressiva, escura.
Breu no quarto, no
pensamento e na alma.
Frio, calafrios e uísque
sem gelo.
Acendo um cigarro que
entorpece minha demência passional.
Sentado à janela no meu
calabouço quarto,
Relaxo na típica pose de
loucura.
Estufo o peito, respiro
fundo,
Esboço uma possível
tentativa de erguer-me,
O corpo me trai, tombo e
resmungo.
Ouviu o galo cantar pela
terceira vez Pai?
Lágrimas, há culpa e
devaneios.
A solidão desconhecida
excitou-me a provar o fel
Fraco, opaco na vida esmoreci
no meu leito,
Entre penas, tintas e
papéis.
Vis ferramentas,
Transmutaram minha
trajetória em meras poesias incompreendidas,
Versos de atitudes sem
viés.
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