Os Ciclos
Heleno de Paula
O céu azul era o véu do mar.
A lua prata surgiu junto às estrelas,
e contemplaram-se num fugaz olhar.
O mundo parou, me cingiu,
com o puro sentido de amar.
Amei com a alma e compreendi,
que o vai e vem das marés são ciclos.
É vida em equilíbrio.
O fim pronto pra recomeçar.
Pés descalços na areia,
onda veio me banhar.
Estendeu um manto, desses que clareiam!
Ouvi a sereia cantar.
Sentimentos que transformam, inebriam...
Teu perfume era a brisa no ar.
Chorei os lamentos, afoguei todo pranto.
Minhas lágrimas tocaram o oceano-espelho,
que nesse instante reluzia o luar.
Assim cada gota fez-se espuma,
como pétalas brancas, adornaram meu caminhar.
Voltei ao meu cais, meu porto seguro,
o colo que acalma e acalanta o sonhar.
Sonhei como não sonhava mais.
Admirava o infinito horizonte,
de onde a noite renasce, o dia adormece...
e a tristeza até hoje jaz.
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