Lei de Direitos Autorais (Direitos de Autor e Direitos Conexos)

Essas obras literárias são protegidas pela lei número 9.610 de 19 de Fevereiro de 1998.http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/lei%209.610-1998?OpenDocument

terça-feira, 28 de agosto de 2012

Moléstia


Moléstia
Heleno de Paula



Meu pensamento por ti vagando
Só não sei até quando suportarei essa moléstia
Meu peito sangra,
A alma o sente incendiando
O coração atormentado cai sobre a terra.
Terra ou realidade tanto faz
Eu colherei a podre dor da tua guerra
Tua semente que um dia germinou paz
Poluiu-se da vaidade e hoje jaz.
O puro amor, fruto primor se dilacera.

domingo, 19 de agosto de 2012

Amizade colorida


Amizade colorida
Heleno de Paula


Deixo...
Deixo um espaço entre outros versos,
Deixo as rosas em meia-água,
Pra que tu possas preencher,
Com a poesia de tuas lágrimas.

Deixes...
Deixes os lamentos em ombro amigo,
Se chorar, que chores comigo,
Se envergonhar não tem o porquê,
É ainda bem cedo, mas um dia você vai entender...

Quero...
Quero os “quereres” desse mundo,
Conviver entre outros planos
No coração bem lá no fundo,
Te guardar pra jamais te perder.

Queira...
Queira viver as consequências da colorida amizade
Que se viva intensamente esse sentimento de verdade,
Cumplicidade foi o que fez nos querer,
É inegável não consentir o amor que existe entre mim e você.





  

segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Pequeno boiadeiro


Pequeno boiadeiro
Heleno de Paula
                        Imagem Izan Petterle

Encurralado pelo destino
Já tive medo das coisas da vida,
Das incertezas, da Caatinga,
Dos absurdos e dos males envoltórios.
Eu, apenas criança, um pequeno boiadeiro,
Burlado pela responsabilidade do trabalho
Precocemente padeço dia a dia
Pele e osso, alma com sede,
Clamo em desespero:
Cede minha Nossa Senhora aos apelos que faço.
Ave Maria!
Abolido das brincadeiras,
Mesmo sem querer ter sido liberto,
Finco aqui minha bandeira
Iletrado sim, não disperso.
Judiações...
Calos nos pés, nas mãos e suor nos olhos.
Ah! Esse sim, esse me faz chorar.
E como arde!
Arde o sol, o solo seco e a minha infância.
E assim as coisas passam...
Rogo sempre: Há que passar!
Sonho com as trombetas dos anjos
Acordo ao som do berrante,
Antes mesmo de a aurora apontar.
Levanto. Canto e lamento...
Ê boi, ê boi, ê dor... Que ironia!
Minha sina de tristeza foi marcada
Feito o gado por ferro em brasas
Eu berrava e ele gemia.



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