Lei de Direitos Autorais (Direitos de Autor e Direitos Conexos)

Essas obras literárias são protegidas pela lei número 9.610 de 19 de Fevereiro de 1998.http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/lei%209.610-1998?OpenDocument

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Eternamente criança


Eternamente criança
Heleno de Paula



Como é belo envelhecer...
É divino poder desfrutar o dia a dia.
Errar para aprender e os acertos ensinar.
Compartilhar as vivências só pedindo luz no caminhar.
Aos ouvidos de Deus, ser uma doce melodia.
O valor moral é o próprio respeito pela vida,
E ele juntamente com o amor faz o alicerce da família,
E essa por sua vez é a base de tudo.
Com ela não existem adversidades insuperáveis.
Como é bom envelhecer...
E ver que tudo que foi ensinado por nossos pais foi providencialmente importante,
Principalmente a colocar vírgulas para respirar nas linhas da vida.
Respirar, pausar, elucidar o pensamento e agir.
Isso sim é de suma importância, dar movimento ao pensamento,
Colocar em prática cada planejamento, cada sonho, cada pequeno desejo...
Aos olhos de Deus ser a virtuosa formiguinha das historinhas infantis.
Ser eternamente uma criança, mesmo aos olhos dos nossos filhos.




quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

Meu ninho


Meu ninho
Heleno de Paula



Eu, em qualquer canto faço meu ninho.
Penso, escrevo, reconheço meus medos,
Admito meus erros, faço planos, sonho,
Choro, sorrio, enlouqueço e até mesmo me curo.
Eu, em qualquer canto em meu ninho...
Só não sei viver sozinho.

quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Mais uma primavera


Mais uma Primavera
Heleno de Paula 





Saiba que as flores que um dia eu te dei,
Foram colhidas de dentro de mim.
Foi todo o amor que na vida eu guardei,
A pétala bem-me-quer no fim.
Tu és a minha alegria,
Tens a força tal qual a natureza,
Tange as cores em harmonia.
Sentimento que aflora,

Toque de brisa por sutileza.
Mais uma primavera a caminhar,
E como a flora, que Deus aquarele por onde passar.

quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Devaneio itinerante


Devaneio itinerante
Heleno de Paula


Minha alma emudeceu num prematuro e vertiginoso instante,
Fatalidade ocasionada por teu olhar que me acometeu.
O pensamento falho, sem voz, pecou nesse singular momento excitante.
Minhas retinas se enclausuraram nos teus detalhes.
Eu, já não era eu.
O mundo afora insatisfeito por ter sido ignorado, transformado em coadjuvante, contracenava sem ter fala. Sôfrego pelo desfecho da história instigante que sucedeu.
Perdi-me no tempo e no espaço.
Perambulante, esqueci-me da outra pessoa que no amor me acolheu.
Infiel por te guardar nas lembranças, como se fosse amante.
Sofro um devaneio itinerante, por não expor essa paixão que me abateu.

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Diamante negro


Diamante negro
Heleno de Paula


Pele negra como o raro diamante,
Mas não tão intocável, posso dizer.
Ainda sinto teu corpo debruçado sobre o meu.
E de saudade ardo,
A chama não se apaga.
Faz-se presente em minha vida, assim gravada:
Paixão alucinada,
Imensurável prazer.

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Choro poeta

Choro poeta

Heleno de Paula


Na calada da noite em que chora um poeta,
Solidário o céu chora brando o sereno,
Comovido o vento suspira vendo tal sentimento,
A lua inunda o horizonte de melancolia
E as estrelas fulguram uma triste poesia,
Que refletida no mar entre outros lamentos,
Faz os anjos cruzarem o além-firmamento,
Pra libertar esses versos da insalubre agonia.
Nasce um poema de amor junto à aurora do dia.

quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Fado


Fado
Heleno de Paula



Quando ouvem um triste fado,
Sei que Alfama canta e chora,
Chora em versos o Bairro Alto
E Madragoa porque eu fui embora.

Enxuguei as lembranças de Lisboa,
No meu rascunho de poesia.
E num alpendre a Cotovia,
Despediu-se com um canto que até hoje ecoa.

Sei que a minha vida é nostalgia,
E se não fosse eu Mouraria.
Porque a saudade me namora.

De porto em porto sei que um dia...
Aportarei em teus braços. Oh, pátria minha!
Um filho teu estará de volta.



quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Todo mal da paixão


Todo mal da paixão
Heleno de Paula



Essa paixão violenta,
Está matando a gente
Maltratando as almas,
Corações tão febris...
Nossos corpos doentes.

Essa paixão tão intensa,
Transforma vidas em loucura.
Tanto faz...
Tantos fatos,
Falta tato e ternura.

Essa paixão que não se aguenta
E sequer se comove,
Quando quer fala alto,
Quando não...
Nem se envolve.

Essa paixão não se inventa,
Tudo quer,
Já tem sede e fome,
Vida própria e agorenta,
Mal necessário do Homem.

Essa paixão sangrenta,
Parasita do amor me consome,
Envenena os sãos...
Não salvos,
Essa paixão...  Tem o teu nome.

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Triste dom


Triste dom
Heleno de Paula


Ouço a chuva me chamar,
Está batendo na janela
Cada gota que escorre...
Cada toque...
Tem um triste dom de me lembrar
Que ainda hoje pela manhã eu chorei por ela.
Ela?
Ela é você meu amor,
Que agora habita o céu junto à eternidade
Ela?
Ela é você meu amor,
Por quem se confundem pranto e chuva,
Pois assim como os olhos de Deus,
Eu também choro a saudade.

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Por falar em amor...


Por falar em amor...
Heleno de Paula



Por falar em amor...
Calo-me.
Permito-me apenas senti-lo,
A alma exige esse silêncio.
Suspiro.

Por falar em amor...
Reflito.
O pensamento incide o querer,
Corpo e alma se rendem.
Excito.

Por falar em amor...
Por pensar em você...
Perco-me nesse silêncio,
Apeteço os teus gritos.
Deliro.

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Deus está convosco e comigo


Deus está convosco e comigo
Heleno de Paula



Aos que me tem no pensamento, peço:
Fiquem bem tranquilos, desatem esse nó da garganta e enxuguem as lágrimas de tristeza.
Não há o que temer, estou curado e muito além...
Além das expectativas depositadas,
Além das coisas da vida tão questionadas,
Além do mais...
Em se tratando de dores, já não sinto nada.
Estou perto de tudo e de todos que já não via faz algum tempo.
E como fui bem recebido, nem por um instante me senti só.
Mamãe acredite! Fui colocado diretamente no colo da vovó.
Ah! Que alegria! Como é bom poder voltar a correr...
Ser fonte de luz e esperança...
E provar pra todos que realmente eu estava certo,
Mesmo distante, cá do alto, mamãe!
Comparado ao seu sorriso não há nada igual,
Nem mesmo o meu quando chamado de criança.
Imensurável foi descobrir que sem dúvidas o papai é um herói, feito esses dos quadrinhos dos jornais.
Ouço meu nome a toda hora, sei que sentem a minha falta,
Mas não se preocupem, conheci a verdadeira paz e certamente um dia estarei de volta.
Meu anjo da guarda ensinou e hoje eu vos bendigo:
O tempo acalma a alma,
A fé se renova nas preces,
Deus está convosco e comigo,
E assim o coração de amor se prevalece.



segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Chora


Chora
Heleno de Paula



Chora.
Chora porque as lágrimas são misturas de água e sentimentos, são por elas que se purificam as almas dos rebentos.
Não temas, chorar nem sempre é se mostrar fraco diante dos percalços do destino, tampouco apenas expressão de dor ou sofrimento.
Chorar pode ser a alegria impressa por tuas conquistas e glórias, então chora.
Chora.
Coloque para fora todas as tuas íntimas sensações nessa hora.
Não se preocupe com as dimensões do efeito nesse momento.
Tudo, tudo cabe apenas nessas gotas que escorrem dos teus olhos agora.
Se as emoções virarem pranto é um advento.
É chegado o tempo de mudar a tua história.
Chora.

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Arpoador


Arpoador
Heleno de Paula


Incansável é admirar-te Arpoador,
Benditas são as águas claras que te banham,
Bendito o sol e a lua que sempre te acompanham,
Bendito é o sorriso do solitário pescador.

O horizonte visto de tuas pedras é incomum.
Tua brisa a quem refresca, sensibiliza.
Teu show à parte é o pôr-do-sol que hipnotiza,
E a lua cheia desperta amores, um a um.

Perco-me no tempo à beira-mar,
O pensamento mergulha junto às ondas,
E os versos voam como grãos de areia.

O vento é poesia a se declamar.
No meu silêncio respiro, ouço as conchas,
Entrego-me ao teu encanto de sereia.

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Diz o que fazer?

Diz o que fazer?
Heleno de Paula



Vai...
Diz o que fazer?
É... Você mesma!
Diz o que fazer pra te esquecer?
Você que hoje é sinônimo de saudade,
Ou também chamado amor de verdade.
Vai...
Diz o que fazer pra te esquecer?
Custe o que custar,
Doa o que doer,
Não hesite em me dizer.
Diz o que fazer pra te esquecer?
O que devo fazer se ao cerrar meus olhos ainda a vejo?
E se adormeço... 
Em sonhos te sinto e desejo.
O sol me desperta, mas não sabe mais o que fazer.
Amanheço, mas não faço acontecer.
A brisa que me beija, tem até teu toque de querer,
Mas infelizmente não é você e nada poderá me dizer.
Vai...
Então me diz de uma vez...
O que devo fazer pra te esquecer?
O que devo fazer se até as flores anseiam o perfume que advêm de você?
Um olor envolvente, provocante de pura sensualidade,
Essência que só há em você.
Uma mistura de lichias vermelhas,
Marmelos dourados,
Kiwis exóticos com um toque caramelado,
A delicadeza das orquídeas e dos jasmins,
O doce chocolate branco,
A magia do almíscar,
A perene raiz de íris,
Por fim, a sutileza amadeirada do prazer.
Vai...
Diz o que fazer pra te esquecer?
O que posso fazer se o passado agora é chamado lembrança?
Os bens conquistados me trouxeram bonança,
Mas os planos não foram realizados, já não são esperanças,
E de volta ao futuro já não tenho você.
Creio que assim ficou mais fácil compreender,
O porquê de não conseguir te esquecer!
Porque o amor ainda vive em mim,
E o meu pensamento ainda vive você.
E ainda assim eu pergunto a você:
Vai...
Diz...
O que devo fazer pra te esquecer?








segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Sem viés


Sem viés
Heleno de Paula



Mal e entediado,
Tenho acordado cansado dos sonhos sonhados,
Das coisas reais,
Das esperanças carnais.
A mente pesada já pensou bem mais.
Está depressiva, escura.
Breu no quarto, no pensamento e na alma.
Frio, calafrios e uísque sem gelo.
Acendo um cigarro que entorpece minha demência passional.
Sentado à janela no meu calabouço quarto,
Relaxo na típica pose de loucura.
Estufo o peito, respiro fundo,
Esboço uma possível tentativa de erguer-me,
O corpo me trai, tombo e resmungo.
Ouviu o galo cantar pela terceira vez Pai?
Lágrimas, há culpa e devaneios.
A solidão desconhecida excitou-me a provar o fel
Fraco, opaco na vida esmoreci no meu leito,
Entre penas, tintas e papéis.
Vis ferramentas,
Transmutaram minha trajetória em meras poesias incompreendidas,
Versos de atitudes sem viés.

segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Anjo caído


Anjo caído
Heleno de Paula


Deleita- se entre as pétalas da promiscuidade
Do teu corpo é exsudado o bálsamo do prazer
Tua essência é chamada de luxúria
Passando em mãos, tem malícia sem incúria,
Tua nudez é o frasco ímpar do querer
Excita homens e mulheres por ensejo,
A natureza que fecunda teus desejos
É só carnal, sem sentimento, sem sofrer.
Teu aroma é volátil em cada cama
Íncubo ou súcubo, não importa como se chama,
O teu nome é indiferente de saber.
Anjo caído, por pecados e infâmias,
Manchou minh’alma de libido ao me ter.

terça-feira, 28 de agosto de 2012

Moléstia


Moléstia
Heleno de Paula



Meu pensamento por ti vagando
Só não sei até quando suportarei essa moléstia
Meu peito sangra,
A alma o sente incendiando
O coração atormentado cai sobre a terra.
Terra ou realidade tanto faz
Eu colherei a podre dor da tua guerra
Tua semente que um dia germinou paz
Poluiu-se da vaidade e hoje jaz.
O puro amor, fruto primor se dilacera.

domingo, 19 de agosto de 2012

Amizade colorida


Amizade colorida
Heleno de Paula


Deixo...
Deixo um espaço entre outros versos,
Deixo as rosas em meia-água,
Pra que tu possas preencher,
Com a poesia de tuas lágrimas.

Deixes...
Deixes os lamentos em ombro amigo,
Se chorar, que chores comigo,
Se envergonhar não tem o porquê,
É ainda bem cedo, mas um dia você vai entender...

Quero...
Quero os “quereres” desse mundo,
Conviver entre outros planos
No coração bem lá no fundo,
Te guardar pra jamais te perder.

Queira...
Queira viver as consequências da colorida amizade
Que se viva intensamente esse sentimento de verdade,
Cumplicidade foi o que fez nos querer,
É inegável não consentir o amor que existe entre mim e você.





  

segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Pequeno boiadeiro


Pequeno boiadeiro
Heleno de Paula
                        Imagem Izan Petterle

Encurralado pelo destino
Já tive medo das coisas da vida,
Das incertezas, da Caatinga,
Dos absurdos e dos males envoltórios.
Eu, apenas criança, um pequeno boiadeiro,
Burlado pela responsabilidade do trabalho
Precocemente padeço dia a dia
Pele e osso, alma com sede,
Clamo em desespero:
Cede minha Nossa Senhora aos apelos que faço.
Ave Maria!
Abolido das brincadeiras,
Mesmo sem querer ter sido liberto,
Finco aqui minha bandeira
Iletrado sim, não disperso.
Judiações...
Calos nos pés, nas mãos e suor nos olhos.
Ah! Esse sim, esse me faz chorar.
E como arde!
Arde o sol, o solo seco e a minha infância.
E assim as coisas passam...
Rogo sempre: Há que passar!
Sonho com as trombetas dos anjos
Acordo ao som do berrante,
Antes mesmo de a aurora apontar.
Levanto. Canto e lamento...
Ê boi, ê boi, ê dor... Que ironia!
Minha sina de tristeza foi marcada
Feito o gado por ferro em brasas
Eu berrava e ele gemia.



segunda-feira, 30 de julho de 2012

Alma poeta


Alma poeta
Heleno de Paula


Leia-se amor
Inspire-se em sentimentos
Plausível é viver no bom humor
Sorrir pra remediar qualquer desalento
Apascentar o coração dia a dia
É se conhecer, é buscar-se intimamente,
Só pode achar-se um vencedor
Quem na vida doar-se
For complacente
Seja afeto
Eterno feto em desenvolvimento
Pequeno aos olhos de Deus
E que seja ínfimo até
Quanto menor mostrar-se, maior será a tua glória,
Humildade suplantando as vicissitudes
Uma alma poeta completando um pequeno capítulo de sua história.


segunda-feira, 23 de julho de 2012

Lapa em silêncio


Lapa em silêncio
Heleno de Paula


Lapa em silêncio
O sol te adormeceu
Secou tuas lágrimas de sereno
Tua maquiagem já manchada,
Pelos arcos escorreu.

Desgastados pela loucura
Entorpecidos pelas drogas
Tua humanidade é carne crua,
Tua alma nua é ainda inóspita.

Insanos em cada esquina
Arrebatados pela madrugada
As vidas se perdem numa partida
Os destinos regressam uma jogada.

Por te amar corro esses riscos
Defendo-te prenda minha, a boêmia apaixonada,
Quebro as grades do preconceito
Liberto-te nas canções e nas poesias,
Nos pensamentos e nas noites enluaradas.



sexta-feira, 13 de julho de 2012

Idílio poema


Idílio poema
Heleno de Paula
                       Imagem Idílio - Tarsila do Amaral



Tão verdes são as minhas lembranças
Marcaram-me, como essas pegadas na terra,
Vejo dançar os capins das impávidas montanhas
O aroma me alcança e meu sorriso desperta.

Fecho os olhos e respiro profundamente,
O ar me adentra, oxigena a pureza em abundância,
Inspiro o idílio poema suavemente
Suspiro com os tons de aquarela da infância.

Caminho livre por teus vales
Voo e navego em tuas belezas
Teu corpo banhado por mares
Teu colo colina o meu apogeu... Minha fortaleza.







sexta-feira, 6 de julho de 2012

Concha aberta


Concha aberta
Heleno de Paula


Escrevi uma poesia na beira da praia
Na imensidão da mais bela areia
Veio a espuma da onda do mar
Levando meu poema pra sereia

Eu ouvi uma melodia
Canto triste que ecoou
Janaína que surgia
E meus versos ela entoou

Brilha estrela do mar
Reflete teu lume, me clareia,
Uma estrela no céu vai me guiar
E o vento me apruma, não bambeia.

O pranto do mundo termina no mar
No oceano a tristeza se dissipa
Cada vida é um barco a se navegar
E o amor é o porto onde ele se finca

Aportei no teu cais o meu destino,
Seguro demais fiz a minha morada
Mas o meu sentimento é maré com seus ciclos
Quando baixa, lamento a dor,
Feito concha aberta na enseada.




sexta-feira, 29 de junho de 2012

Edredom


Edredom
Heleno de Paula


Quero tocar o céu da tua boca
Quero rasgar o véu do teu pudor
Quero banhar-te, como se banham os felinos,
Quero um chão de estrelas pra gente fazer amor

Quero enroscar minhas mãos por baixo dos teus cabelos
Quero percorrer teu corpo inteiro e te puxar pela nuca
Quero te ouvir falar que isso é bem gostoso
Quero entranhar-me nas tuas partes, fazer você gemer, deixando-a maluca

Quero infinitamente admirar-te
Quero em beijos arrancar-te o batom
Quero me cansar, te cansar e te marcar a carne,
Quero só resumir nesses detalhes...
O quão será melhor mais tarde embaixo do edredom.


sexta-feira, 22 de junho de 2012

Porta-retratos


Porta-retratos
Heleno de Paula


Queria muito poder ouvir a tua voz
Como não mais posso,
Satisfaço-me com o teu silêncio num abstrato sorriso
Tão belo... Hoje limitado em minhas mãos,
Velo nosso amor num pequeno porta-retratos
Objeto infiel, porém cuidadoso com cada inquilino.
Fidelidade nunca foi tão constante
Sua memória é volátil, assim como as vidas e os destinos.
As lembranças são substituídas de romance em romance,
Renovam-se sentimentos e poesias que me atinam.
As lágrimas de saudade sempre te lavam,
Os ventos transpassam a janela e te secam,
Acariciam o teu corpo de vidro, muito frágil,
Quebram-se os corações dos solitários que te pegam.

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